quarta-feira, 25 de março de 2009

Mayra Andrade



Navega
Sony BMG, 2007

Lura parecia perfilar-se com a candidata natural ao trono que fatalmente Cesária Évora deixará vago um dia, tal como Mariza parece ter ocupado definitivamente o espaço de Amália, não apenas no coração dos portugueses mas até, ou sobretudo, nos palcos do mundo. No que toca a música cabo-verdiana, no entanto, surgiu, em 2007, uma nova pretendente em liça: a jovem Mayra Andrade cujo primeiro disco, Navega, encantou meio mundo e enfeitiçou a outra metade. Um belo palminho de cara, uma voz angelical e uma musicalidade a toda a prova valeram-lhe logo aos 16 anos um importante prémio internacional, atribuído no Canadá. Nascida em Cuba de pais cabo-verdianos, que a educaram em locais tão diferentes como o Senegal, Angola ou Alemanha, Mayra Andrade revela um potencial enorme para injectar na riquíssima tradição musical do seu país sangue novo e sofisticação. Capaz de compor e escrever as suas próprias letras, Mayra, que se assume como uma militante da cultura de Cabo Verde, escolhe para cantar mornas, funanás, coladeiras e batuques, mas também compositores e temáticas mais actuais e cosmopolitas, que ela aborda com uma liberdade muito jazzy. O futuro pertence-lhe.