terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Anna Calvi


Anna Calvi
Domino Records, 2011

É evidente: o que primeiro chama a atenção é a sua beleza animal e o charme quase venenoso que destila um tal rosto. Magra, pálida, esta jovem inglesa, de origem italiana, parece ter nascido para atormentar. O que mais impressiona nela, porém, acaba por ser o seu talento.Como guitarrista, cantora e arranjadora. As suas canções, voluptuosas e contundentes, podem soar, no entanto, por vezes cruas, quase brutais, pois o seu rock é como ela: insidioso e tóxico. Não sei porque a comparam a PJ Harvey e Jeff Buckley, não tem nada a ver. Anna Calvi é mais abrangente; na sua música ouvem-se ecos de Ravel e Django Reinhardt, de Jimi Hendrix e Ravi Shankar, a par de Bowie, Cocteau Twins e Rolling Stones. Para já não falar de Edith Piaf e Nina Simone, que ela cita como exemplos. Não faço ideia do que ela fará no futuro, mas para já, este seu primeiro disco soa extremo e apaixonante. 2011 começou bem.