quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Benjamin Biolay



Trash Yéyé
Virgin, 2007

Aa várias fotos assinadas por Bruce Weber que ilustram a capa e o livrete deste Trash Yéyé, não nos deixam mentir: Benjamin Biolay tem, como se diz em França, "une belle guelle". Não é a ela, no entanto, que deve o seu sucesso, como podem testemunhar os "veteranos" Julien Clerc, Henri Salvador ou Juliette Gréco, que recorreram ao seu talento de compositor e músico para se reinventarem como cantores "modernos". Com o seu título irónico e levemente provocatório, o novo álbum de Biolay (que continua fascinado pela América e os Smiths) é seguramente um dos seus melhores, com canções que crescem dentro delas próprias, antes de crescer dentro de nós (sobretudo quando ouvidas mais do que uma vez). Como de costume, as letras revelam-se surpreendentes e originais e as orquestrações bem pensadas e melhor realizadas (sublimes as cordas, contundentes os metais). Poderíamos citar como faixas maiores "Douloureux Dedans", "La Garçonnière" ou "Cactus Concerto"; a canção que mais furor vai fazer, no entanto, é "Dans la Merco Benz", que com o seu ritmo "saltitante" faz lembrar Manu Chao.