quinta-feira, 22 de outubro de 2009
The XX
XX
Young Turks/XL, 2009
O som, minimalista, sem efeitos especiais, parece vir de outro tempo. De repente, parece estarmos a ouvir os Young Marble Giants. Mas à voz da rapariga segue-se uma voz de rapaz. Tão nua e exposta uma como a outra. Parece que estão ambos na sua, que não cantam para nós mas para eles mesmos. Não procuram encher-nos os ouvidos, não perecem proclamar «somos os maiores», como o faz a maior parte das bandas que surgem agora. E isso é refrescante. E intriga.
A medida que avançamos no disco, vamos ficando seduzidos pela simplicidade dos arranjos e a sensualidade das melodias. As guitarras dir-se-ia que esvoaçam, as vozes acasalam-se nas nuvens e o charme opera dentro e fora de nós, pois vamos ficando cada vez mais envolvidos numa intimidade que não intimida, numa inocência que nos contagia. XX não é um disco para todos, como todos os discos que valem a pena.
Sei que são estudantes e londrinos. Quanto ao resto, o quarteto que se esconde atrás do nome The XX é, para já, um mistério. Não sei o que vão fazer a seguir, desconheço se o seu segundo álbum me vai agradar tanto como este; mas de uma coisa tenho a certeza: há muito que um álbum de estreia não me encantava a este ponto.