quarta-feira, 15 de abril de 2009
Bonnie «Prince» Billy
Beware
Domino/Pias, 2009
Durante anos, Will Oldham andou a criar avatares (Palace, Palace Brothers, Palace Music foram alguns dos nomes atrás dos quais se escondeu) e a procurar caminhos nunca antes percorridos. Há cinco anos, foi a Nashville (re)gravar algumas das suas melhores canções (retiradas de álbuns como Viva Last Blues, Days in the Wake ou Lost Blues & Other Songs), com a nata dos músicos locais e a ajuda do cada vez mais admirado produtor Mark Nevers. Intitulado Bonnie «Prince» Billy Sings Greatest Palace Music, o disco resultante dessas sessões - em que Andrew Bird também participou - foi considerado por alguns o mais «comercial» da sua carreira. Hoje sabemos que foi precisamente com esse álbum que Bonnie «Prince» Billy encontrou o nome, a voz e o som que lhe convém. Ele próprio o afirma e a propósito deste Beware, disse mesmo, com um misto de orgulho e humildade: «Este não é, talvez, o meu melhor disco, mas tem um profundo significado para mim. É a prova de que consegui tornar-me num escritor de canções maduro e de que encontrei uma certa serenidade. Trabalhei muito nele e estou tão satisfeito com o resultado que me estou nas tintas para o que os outros podem pensar. Já não procuro agradar a todo o custo, mas apenas fazer o que sei fazer melhor. Tornei-me num bom artesão: uma vocação que me convém perfeitamente». Resta-nos agradecer-lhe o bom trabalho e assegurar: o mínimo que se pode dizer é que Beware confirma Will Oldam como um dos mais poderosos escritores de canções do nosso tempo.