sábado, 14 de fevereiro de 2009

Loretta Lynn



Van Lear Rose
Interscope Records, 2004

A longa carreira do malogrado Johnny Cash ficou a dever um «segundo fôlego» a Rick Rubin, produtor vindo da área do hip hop que tinha idade para ser seu filho. A história repetiu-se mais tarde com outra figura lendária da country, Loretta Lynn, cuja espantosa vida Hollywood imortalizou através de um filme de Michael Apted (com Sissy Spacek no papel da cantora). No caso deste Van Lear Rose, o «pigmalião» dá pelo nome de Jack White (cara-metade dos White Stripes), que já havia dedicado um disco (White Blood Cells) à rainha country, retomando um dos seus sucessos, «Rated X». Para este espantoso «come-back» (é o mínimo que se lhe pode chamar), a «Filha do Mineiro» não fez a coisa por menos: escreveu ela própria todos os 13 temas do álbum. Como resultado, Van Lear Rose é, com certeza, o mais confessional e autobiográfico da sua vida e também, musicalmente, o mais surpreendente e estimulante, graças à imaginativa (mas respeitosa) produção de mister White, que envolveu a ainda cristalina voz da bela septuagenária em guitarras «steel», dobro, banjo e violino, não hesitando em inflamar a country apaixonada de miss Lynn com laivos rock, muito blues e algum grunge. Admirável!