
The Orchard
Verve Forecast, 2008
Lizz Wright é uma daquelas cantoras que não precisa de levantar a voz para se fazer ouvir. Para variar, não só tem uma voz bonita como sabe usá-la com verdadeira inteligência musical e, para mais, escreve as bonitas letras que interpreta. A verdade é que teve uma boa escola e melhores padrinhos: o pai é pastor protestante e a mãe solista no coro da igreja (provavelmente, começou a aprender a cantar quando ainda mamava). Quando ainda era muito jovem, Joe Sample e David Sanborn, dois tubarões dos estúdios, interessaram-se por ela e ajudaram-na a dar os primeiros passos numa carreira discográfica cujo território de eleição inclui gospel, rythm'n'blues e jazz, que aborda com uma clara vocação pop. Para este seu terceiro álbum, publicado pela editora de Diana Krall (as referências são importantes para se perceber de que patamar estamos a falar), Lizz contou com o "savoir-faire" do produtor Graig Street (o mesmo de Norah Jones e Cassandra Wilson) e com colaboradores de eleição, como a dupla John Convertino e Joey Burns dos Calexico. Quanto ao resultado, basta ouvir a primeira faixa do disco, "Coming Home" - um espiritual enraizado na tradição sulista da sua Geórgia natal - para se concluir: Lizz Wright vale bem, pelo menos, o seu peso em ouro.