sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Hadouk Trio



Baldamore
Naïve, 2007

A instrumentação é invulgar. Inclui oboé, clarinete baixo, saxofones vários, ocarinas, flautas de todo o tipo, koras, n'gonis, djembés, congas e sintetizadores, por exemplo. Jazz de inspiração terceiro-mundista, a lembrar os «velhos» Oregon, dirão alguns, desdenhosos. Outros, em contrapartida, deixar-se-ão encantar de imediato pela intensa beleza e criatividade que se desprende desta música quase luxuriante, de uma generosidade melódica e tímbrica invulgares. Baldamore conduz-nos de surpresa em surpresa, constituindo-se como uma viagem imaginária que nos transporta aos quatro cantos do mundo, swingando sem vergonha. Loy Ehrlich, Didier Malherbe e Steve Shehan formam um trio já muito elogiado a propósito do seu álbum anterior, Utopies, editado em 2006. Gravado ao vivo no Cabaret Sauvage de Paris, com a colaboração de três convidados valiosos, Malouma Mint Meidah (voz), Bachar Khalifé (percussões) e Nicolas Genest (trompete), Baldamore confirma, com brio, o que já se sabia há muito: o Hadouk Trio é uma das propostas «jazzy» mais inovadoras e aliciantes a ter chegado aos nossos ouvidos nos últimos anos.